Florestas Pampeanas-PLANÍCIE COSTEIRA SUL-PONTA ALEGRE

FLORESTAS PAMPEANAS * BIOMA PAMPA+

PLANÍCIE COSTEIRA SUL-PONTA ALEGRE, Arroio Grande/RS

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      Imagem de satélite da Lagoa Mirim/Laguna Merín, Patrimônio Ambiental e Cultural de dois países, Brasil e Uruguay, que se irmanam através de suas águas; e parte de sua Bacia Hidrográfica, denominada no Brasil de Bacia Hidrográfica Mirim-São Gonçalo. E em detalhe assinalado, a península da Ponta Alegre, no município de Arroio Grande/RS.

" Eu tenho dito: o que acontece na fronteira, sobre a linha divisória, é próprio de uma terra só; é como se fosse tudo uma terra só; e ali há só uma gente, seja do lado de cá, seja do lado de lá. Não é preciso dizerem: qualquer um sente. Mas me contam; e é como se eu sentisse."

Aldyr Garcia Schlee, Memórias de o que já não será,2014 

      Imagem de satélite, detalhando a Biorregião da Ponta Alegre, e sua complexidade de ambientes naturais, inseridos na dinâmica da Planície Costeira Sul: os meandros do Arroio Grande, rumo a sua foz e  a desembocadura do arroio na Lagoa Mirim(1); a Lagoa do Jacaré (2), uma "falsa" laguna/lagoa formada pela dinâmica de deposição sedimentar e o volume de água da Mirim; Fragmentos florestais de Floresta de Restinga(3) conhecidos como Matos da Ponta Alegre; a Ponta Alegre propriamente dita (4); o Farol da Ponta Alegre(5), farol inaugurado em 20 de Setembro de 1908, encontra-se desativado. E o Banhado Mundo Novo(6) berçário de vida.

Panorâmica da Lagoa do Jacaré(1).

Foto aérea da desembocadura do Arroio Grande na Lagoa Mirim(2), em época de cheia da Mirim, a "falsa" Lagoa do Jacaré esta totalmente " submersa" pela Mirim; pode-se ainda observar os Matos da Ponta Alegre . Foto realizada pelo GEAN e a fotógrafa Ana Isabel B.M. Martins.

Panorâmica do ponto extremo da península que avança na Mirim, denominado de Ponta Alegre(4). 

Farol da Ponta Alegre, inaugurado em 20 de setembro de 1904, foi um marco na história da navegação flúvio-lacustre do Rio Grande do Sul.

Foto Analógica do Farol da Ponta Alegre(5), no ano de 1996. Nota-se que ele ainda apresenta a cúpula de ferro. Foto: Schlee.

Foto Analógica do Farol da Ponta Alegre(5), no ano de 1998. Nota-se que ele ainda apresenta a cúpula de ferro. Foto: Juliana Schlee.

Foto do Farol da Ponta Alegre agora já em estado total de abandono, sendo que a cúpula e parte de suas estruturas metálicas haviam sido roubadas e o farol depredado. O Farol é Patrimônio Cultural e Histórico do Pampa, merece respeito, estudo, conservação e Proteção.

foto: Schlee,2008.

      Foto da borda do Banhado Mundo Novo(6), área de aproximadamente 5000 hectares, que forma um imenso banhado "grosso", rico em Macrófitas Aquáticas e biodiversidade, com fauna própria e berçário de aves migratórias, aves aquáticas e palustres; bem como berçário de mamíferos, répteis,  anfíbios e peixes. Área de imensa Complexidade Biológica.

 Área de imensa Complexidade Biológica.

FLORESTAS PAMPEANAS * ECOLOGIA FLORESTAL

Complexo Florestal da Ponta Alegre -Arroio Grande/RS

Planície Costeira Sul, Área de Formações Pioneiras, Bioma de Restinga. Ao fundo na foto aspecto fitofisionômico de todo Complexo de Restinga da Ponta Alegre, a existência ainda de um último fragmento Primário de Floresta de Restinga: Mata de Restinga Arenosa  e Mata de Restinga Paludosa da Ponta Alegre, e as formações campestres de Campos Climácicos arenosos e de várzea.

               Imagem de satélite onde se encontra assinalado, os fragmentos florestais de Floresta de  Resinga, denominados Matos da Ponta Alegre. Tais fragmentos se desenvolvem em cristas de dunas Pleistocênicas, orientadas no sentido Norte/Sul, inseridas dentro da dinâmica geomorfológica de formação da Planície Costeira.

      Complexo Florestal da Ponta Alegre, Floresta de Restinga Arenosa e/ou Paludosa, onde mesclam-se elementos de Mata de Restinga com elementos de matas interioranas, através da dispersão de espécies da Mata Ciliar do Arroio Grande, principalmente, bem como de elementos de toda bacia da Lagoa Mirim. Isso confere a Floresta da Ponta Alegre grande complexidade estrutural e florística, gerando alta equabilidade dentre sua comunidade arbórea. A presença constante de gado, modifica e descaracteriza os processos de sucessão e composição florística de todas Sinúsias vegetais que fazem parte da Floresta em questão.

       A complexidade ambiental da Biorregião é dada pelo fato da inter-relação de vários Ecótonos que se relacionam no tempo e no espaço. Na foto panorâmica acima se observa a esquerda, a Lagoa do Jacaré, campos Climácicos, arenosos e/ou de várzea, conforme a sazonalidade, e a borda da Floresta de Restinga. Estes mosaicos ambientais geram grande Diversidade Biológica em todas as formas de vida.

Aspecto do interior da mata, e em primeiro plano um indivíduo arbóreo de Carica quercifolia ou Vasconcellea quercifolia (mamoeiro-do-mato), espécie típica do Alto Uruguai, que até então não era citada para a Planície Costeira.

Indivíduo arbóreo de Carica quercifolia ou Vasconcellea quercifolia (mamoeiro-do-mato), espécie típica do Alto Uruguai, que até então não era citada para a Planície Costeira. Exemplificando o grau de complexidade florística e estrutural do Mato da Ponta Alegre.

Corticeira, Ceibo ( Erythrina cristagalli).

Os horizontes bárbaros da planície, um quadro pintado com luz e vida.

    O homem, o gaúcho da planície, "das vargi" da várzea como se definem, um tipo, nem português nem castelhano, pêlo duro, tampouco africano ou índio, troncudo e baixo, de cor da terra recém arada e curtido pelo sol. Capaz de resistir as intempéries, aos rigores da natureza, a ficar meses isolado, ilhado, preso ao espaço atemporal da planície, da Pampa.

     Fotos tiradas de cima do Farol da Ponta Alegre, montando uma panorâmica mirando para o SUL, para o Pampa, uma miragem um fenômeno que produz imagens nítidas, claríssimas de luz e cor que se traduzem em vastidão e horizontes. Os horizontes bárbaros da planície, tão reais como um sonho e tão oníricos como a existência.

       foto: Schlee, 1996.

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