quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Cine 40`s Selvagem- Mazama gouazoubira- Leucístico




Cine 40`s Selvagem
~CERVIDAE-Mazama gouazoubira~


Cine 40`s Selvagem Especial
EXTRA EXTRA!

              É com grande alegria que apresentamos aos amigos de coração verde que acompanham nossas pesquisas, um registro extremamente Raro de coloração anômala, um provável caso de LEUCISMO, em indivíduo macho, adulto de Mazama gouazoubira , aqui conhecido como Guazubirá, mas também chamado de veado-catingueiro, veado-virá, guazuncho, azú virá ou corzuela parda.
              Este indivíduo pertence a população residente em nossa área de estudo, o Complexo Florestal do Chasqueiro, localizado no município de Arroio Grande-RS, região geomorfológica da Serra do Sudeste, micro-bacia do Arroio Chasqueiro pertencente a bacia hidrográfica São Gonçalo- Lagoa Mirim, inserida a  Biorregião no Bioma PAMPA.   
              Os registros deste indivíduo macho, adulto de Mazama gouazoubira , foram feitos através de armadilhamento fotográfico realizado com a utilização de câmera Bushnell HD, instalada em local fixo dentro da área de pesquisa, Ponto 10 e obtidos nas estações: P10.86   (2 filmagens, em 05 e 07 outubro 16); P10.89 (2 filmagens em 26 e 27 outubro 16); P10.90 
 (uma filmagem em 04 novembro 16) e P10.91(uma filmagem em 11 novembro 16).
                Nesta área de estudo, Ponto 10 nestes últimos meses já foram registrados 6 indivíduos diferentes de  M. gouazoubira, ocorrendo simultaneamente, sendo eles: um macho adulto cego de um olho que apresenta a vista esquerda vazada, conhecido por nós como "caolho"; uma fêmea adulta, um macho jovem sem chifres, uma fêmea jovem, um macho adulto com chifres e dominante na área e agora a presença deste indivíduo macho  com coloração anômala, provavelmente Leucístico .
                 Na população de M. gouazoubira , existentes no Complexo Florestal do Chasqueiro, ocorre uma grande variação fenotípica entre os indivíduos tanto no que diz respeito a sua morfologia, referente ao tamanho dos indivíduos quanto na coloração de sua pelagem, já podemos associar a indivíduos de tamanho menor variações de pelagem que vão do dorso castanho ao marrom acinzentado, ventre e lado inferior da cauda esbranquiçados; e indivíduos maiores tanto machos quanto fêmeas que vão do dorso em tons de cinza claro/escuro ao marrom acinzentado. Porém este indivíduo analisado nesta postagem apresenta coloração em geral em tons de cinza ao marrom acinzentado e coloração anômala nas patas posteriores em sua totalidade, e em toda porção da cauda; que apresentam uma coloração branca.
               
             Tanto o Albinismo quanto o Leucismo são fenômenos extremamente raros em populações naturais selvagens, o albinismo é uma anomalia genética recessiva, causada por deficiência na produção de melanina. O albinismo verdadeiro consiste na ausência total de pigmentação, mas existem outras formas de despigmentação, consideradas como albinismo parcial para alguns autores. Enquanto que o Leucismo trata-se de uma particularidade também genética devido a um gene recessivo que confere a perda parcial da coloração natural da espécie em certas regiões específicas do corpo ou em todo o corpo exceto nos olhos. Esta é uma condição genética que se confunde com o Albinismo ou Albinismo parcial, porém estas condições são diferentes pois em animais Albinos a coloração dos olhos é vermelha e a pele apresenta uma grande sensibilidade a radiação solar; e em animais Leucísticos a coloração dos olhos é normal. O oposto de Leucismo é o Melanismo fenômeno muito comum em felinos na Biorregião do extremo Sul do Brasil.
                 No Bioma PAMPA foram apresentados por Oliveira, S. V(2009); registros de Albinismo parcial em indivíduos das espécies: Cutia- Dasyprocta azarae (Lichtenstein 1823)(Rodentia, Dasyproctidae); e em Veado Catingueiro- Mazama gouazoupira (G. FISCHER, 1814) (Artiodactyla, Cervidae); ambos no município de Caçapava do Sul-RS.
https://periodicos.ufsc.br/index.php/biotemas/article/viewFile/2175-7925.2009v22n4p243/17739

https://www.researchgate.net/publication/301624626_REGISTRO_DE_ALBINISMO_PARCIAL_EM_VEADO_CATINGUEIRO_Mazama_gouazoupira_G_FISCHER_1814_ARTIODACTYLA_CERVIDAE_NA_SERRA_DO_SUDESTE_RIO_GRANDE_DO_SUL_BRASIL
   
                      O registro apresentado por Oliveira,S.V(2009); de  M. gouazoubira com Albinismo parcial, no município de Caçapava do Sul, na localidade de Guaritas," tratava-se de um macho adulto abatido por caçadores que apresentava despigmentação no membro posterior direito, desde os cascos até a região da anca, onde a pelagem branca mesclava-se em pintas com os tons da pelagem padrão" e o registro realizou-se através da coleta da referida pata que era utilizado como troféu de caça.  Hoje está tombada na coleção científica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul sob o número MCN-FZB: 3204.

CERVIDAE-Mazama gouazoubira (guazubirá)
Complexo Florestal do Chasqueiro-Arroio Grande/RS
GEAN-Caderneta de Campo,Ponto 10.86- 05.X.16

CERVIDAE-Mazama gouazoubira (guazubira)
O indivíduo macho leucístico
Observem a coloração branca das patas posteriores e cauda.
Complexo Florestal do Chasqueiro-Arroio Grande/RS
GEAN-Caderneta de Campo,Ponto 10.86- 05.X.16
               No nosso caso do Chasqueiro nosso indivíduo apresenta-se sadio, forte e normal apresentando somente anomalia na sua coloração dos membros posteriores e cauda, com os olhos de coloração normal e natural da espécie. Somente chama a atenção o fato de apresentar deformações, cortes, talhos, "sinais" na orelha direita, o que chamou muito nossa atenção desde o primeiro momento que vimos as filmagens, de início achamos tratar-se de deformação genética associado a alguma mutação ou ao fenômeno do Leucismo, logo descartado a medida que estudava e analisava o caso.
CERVIDAE-Mazama gouazoubira (guazubira)
Deformações, cortes, talhos na orelha direita do indivíduo.
CERVIDAE-Mazama gouazoubira (guazubira)
Complexo Florestal do Chasqueiro-Arroio Grande/RS
GEAN-Caderneta de Campo,Ponto 10.91- 11.XI.16
            A partir desta nova filmagem podemos observar melhor a deformação na orelha direita do indivíduo e acreditamos ter sido ocasionada por ação mecânica, corte, ferimento,injúria; nota-se a semelhança com os cortes realizados pelos Gaúchos nas orelhas de animais de criação (gado vacum e ovino), conhecidos como "sinais" marcas de identificação destes animais pelos proprietários. Fica a dúvida em aberto de o que ocasionou tal ferimento e deformidade ?.
CERVIDAE-Mazama gouazoubira (guazubira)
O indivíduo macho leucístico
Observem a coloração branca das patas posteriores
 e na totalidade da cauda.
Complexo Florestal do Chasqueiro-Arroio Grande/RS
GEAN-Caderneta de Campo,Ponto 10.86- 05.X.16
CERVIDAE-Mazama gouazoubira (guazubira)

Cine 40`s Selvagem
~CERVIDAE-Mazama gouazoubira~

CERVIDAE-Mazama gouazoubira (guazubira)
Cena fantástica de um indivíduo macho Leucístico
CONHECER PARA CONSERVAR&PRESERVAR
GEAN-Caderneta de Campo,Ponto 10.86/10.91-05.X.16/11.XI.16
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CERVIDAE-Mazama gouazoubira (guazubira)
Complexo Florestal do Chasqueiro-Arroio Grande/RS
GEAN-Caderneta de Campo,Ponto 10.91- 11.XI.16
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                          Desde já só aumentam nossas responsabilidades e empenho na continuidade de nossa luta pela CONSERVAÇÃO & PRESERVAÇÃO da Biodiversidade do BIOMA PAMPA em seus valores Ambientais, Culturais e Humanos, este indivíduo para nós passa a ter caráter sagrado, místico tornando-se simbolo de nossa luta e de nosso bioma Pampa, nosso lugar no planeta, provando mais uma vez que é possível Coexistir, Interagir Aprender com a Natureza, sempre dinâmica em constante Evolução e Abundância. Resta tentar compreender entender o que este fenômeno quer nos dizer, quais são as razões do aparecimento e manifestação deste fenômeno genético? O que isso implica para a população desta espécie? Quais são as consequências para este indivíduo que porta esta característica tão marcante? Tal fenômeno acarreta alta taxa de Endogamia e Heterozigose nesta população? Perguntas e dúvidas muitas, mas a certeza que é Vital e Necessária a Luta pela defesa de nosso patrimônio Ambiental.

                        



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